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domingo, 17 de julho de 2011

com um fio de nylon, pendendo do ceu




A brisa toca-te suave. Conta-me então as tuas mil histórias. Os mil contos de fadas e as derradeiras batalhas travadas sob ti. Diz-me que me viste crescer e que sabes pois tudo o que a vida me deu. Todas as minhas amarguras, encantos e desencantos. Todos os espinhos cravados nos meus pés, quantos são?
Sons vindos do sitio do nunca, de um sitio que não existe. Sons que não existem. Sons que se ouvem na mesma. Ouvem-se de qualquer forma.
Canta para mim. Durante a noite. Quando esta tudo morto. Quando nada se mexe. Quando os exaltados se quebrantam, quando as lágrimas param de cair e secam sobre milhões de face. Enquanto o mundo cresce sem dizer nada. E nos sem nada ouvir.
Diz-me, quantas cores, tens tu. Ajuda-me a decifrar a música que expeles. Fala-me das tuas entranhas e dos teus medos. Fala-me de ti, passando por mim.
Serás sempre igual, tilintando e exibindo as tuas qualidades ao som do vento. Como um ser selvagem, mas condenado a uma jaula. Um fio de nylon que pende do céu e que se agita com palavras, remexendo na nossa razão. Fazendo o destino rir e ser diferente, ser mais do que eu e do que tu. Tornando-se maior que todos os homens e que o mundo.
Destino, que te ages ao som da inanidade, destino que corres perdido, destino que encontras tudo e perdes o coração.

2 comentários:

  1. Obrigado , mas o teu está BEM BEM melhor ! « destino que encontras tudo e perdes o coração. » amei , simplesmente :')

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